quarta-feira, 26 de maio de 2010

O momento era meu.


Aquele momento era tão meu que decidi sair daquela sala cheia e vazia.
AQUELE MOMENTO ERA TÃO MEU.
Que me senti outra.
Outra mulher outra menina outra garota.
Saí sozinha embora tivesse vontade de ter levado comigo aquela velha amiga.
Mas o momento era tão meu e,de tão meu que era aquele momento fui mesmo sozinha , fui desgarrada,um tanto descontrolada.
Saí andando com um gingado diferente.
Sentindo meu corpo e andando em frente.
Em frente a bares e botecos.
Que pela cultura e o costume estavam cheios de gente.
Meu all´star conduzia meus passos bem mais que minha mente.
Lá na cidade crescente.
Os carros como sempre pareciam querer me atropelar.
As buzinas faziam com que eu , que naquele momento nem mais me parecia,acelerace meus passos.
E eu corria,corria e ria.
Ria da falta de educação ,ria do meu irmão.
E os risos escorriam pelo meu corpo.
Risos tão verdadeiros que quem via também sorria.
Meu cabelo se desfazia.
Eu me sentia.
Sentia também o que eu não era.
Sentia o que não era meu.
Sentia coisas roubadas...um oi um riso um abraço .
Meu andar que tranformou-se de um gingado para uma frenética corrida;
seguia a lua, e eu boba, esperava a alcançar aqui...
Aqui mesmo no chão.
Deitei-me...
O momento era meu.

sexta-feira, 21 de maio de 2010

Meu desleicho.

Eu não me malho.
Deito, rolo me desfaço.
Puxo meu cabelo cacheado.
Deixo-o despenteado.
Visto minha roupa amassada.
Meio descolada.
Olho pro lado sem pensar em nada.
Meu mundo meio abandonado.
E até desleichado.
Não se lixa pro que falam.
Talvez seja força.
Talvez seja falha.
Meu mundo agora fala.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

filosofia

O mundo me condena,
e ninguém tem pena
Falando sempre mal do meu nome
Deixando de saber
se eu vou morrer de sede
Ou se eu vou morrer de fome

Mas a filosofia hoje me auxilia
a viver indiferente assim
Nessa prontidão sem fim
Vou fingindo que sou rico
pra ninguém zombar de mim.

Não me incomodo que você me diga
que a sociedade é minha inimiga
Pois, cantando nesse mundo,
vivo escrava do meu samba.
Muito embora vagabundo.

Quanto a você da aristocracia
que tem dinheiro, mas não compra alegria
Há de viver eternamente
sendo escravo dessa gente
que cultiva hipocrisia.
Noel Rosa